quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mais Poesia.

O fim

Limítrofe caminho,
Envolto em dias frios,
De natureza morta,
Calam-se os pássaros.
E o brilho da relva verde,
Já não tem importância.

Dirijo-me ao breu,
Ocioso, indeciso,
Olhos lacrimejam,
Atrita-se com pálpebras úmidas,
De um fulgor que não existe.

Da incompreensão faz-se à desavença,
Num limiar ouve-se um brado ecoar,
Chamando! Como outrora os insólitos:
Caminhem seres infames;
Sigais rumando ao cemitério.

Tolo acreditar que desta vida algo se leva,
Sua carne servirá de fertilizante aos vegetais,
Seus ossos calcários de vida nova,
Déspotas, com poder, que outrora dominavam,
Hoje padecem,
Entregando moedas ao barqueiro.

Quando o corpo não encontra força pra avivar,
E sua mente nada o que pensar,
Já é hora de partir,
Sem dignidade, sem compaixão, sem clarão.
Neste momento, fibrila meu coração,
Meu corpo sente a tensão do fim,
Deixo a vida,
Para abraçar a morte!


Gustavo Gurgel




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